PEIXE-BOI: UM DÓCIL ANIMAL AMEAÇADO
Autores: Mariana P. Haueisen, Raphaela A. Duarte Silveira, Thais R. Semprebom e Douglas F. Peiró
Os peixes-boi são mamíferos placentários de grande porte, totalmente aquáticos, com adaptações específicas à vida aquática, como a internalização do pavimento auricular e dos órgãos genitais, o que diminui o atrito com a água. Existem espécies de água doce e espécies marinhas. Não possuem predadores naturais e são bioindicadores da presença de contaminantes ou patógenos. São animais que vivem solitários ou em pequenos grupos, o que pode dificultar o encontro com um parceiro para se reproduzirem. Isso contribui para a redução do número de indivíduos, aumentando o risco de extinção. Além disso, pode não favorecer uma alta variabilidade genética, a qual é importante para os seres vivos por possibilitar a adaptação dos mesmos ao meio.
Peixes-boi vivem em águas calmas e rasas, pois é onde encontram com maior facilidade seus recursos alimentares. Os peixes-boi-marinhos suportam grandes variações de salinidade, mas os filhotes nascem em estuários, portanto, os manguezais são também importantes para a conservação da espécie. Todos as espécies de peixes-boi possuem cuidado parental, sendo a gestação do filhote de um ano, dois anos de amamentação e mais um ano de cuidados extras. Devido a esta atenção ao filhote, uma nova gestação poderá acontecer em cerca de 4 anos. Sendo assim, possuem de uma reprodução muito lenta, com uma taxa reprodutiva muito baixa, o que contribui com a demora para a recuperação das espécies ameaçadas.
Os peixes-boi são animais herbívoros, sendo o capim-agulha, algas e folhas de mangue constantemente presentes na sua dieta. Ingerem alimentos equivalentes a 5-11% do seu peso por dia e permanecem por até oito horas se alimentando diariamente! Apresentam muitas vibrissas no focinho e na região da mandíbula. As vibrissas têm função sensitiva e mecânica, auxiliando os lábios preênseis na manipulação do alimento. Os peixes-boi pertencem à ordem Sirenia, que é dividida em duas famílias: Dugongidae e Trichechidae. O Dugong dugon (dugongo) é o único representante de Dugongidae vivente, pois o Hidrodamalis gigas (vaca-marinha-de-Steller) foi extinto em 1768. Os representantes da família Trichechidae são: Trichechus senegalensis (peixe-boi africano), T. inunguis (peixe-boi amazônico) e T. manatus (peixe-boi marinho). T. manatus apresenta duas subespécies: T. manatus latirostris (peixe-boi-da-Flórida) e T. manatus manatus (peixe-boi-das-Antilhas).
No Brasil, há ocorrência de Trichechus inunguis e T. manatus manatus, sendo o nosso país o único local do mundo onde há duas espécies de peixes-boi, apesar de não serem espécies exclusivas daqui. Uma pesquisa publicada em 2016 estimou que a abundância do peixe-boi-das-Antilhas, T. manatus manatus, no Brasil é em torno de 1104 indivíduos, podendo variar de 485 a 2221 indivíduos. Na foz do rio Amazonas, na região da Ilha de Marajó, há uma área de hibridização por haver ocorrência do peixe-boi marinho no mesmo espaço do peixe-boi amazônico. Isso é uma situação delicada na questão da conservação, pois não permite que haja uma população mais “pura”: a hibridização impede que um indivíduo se reproduza com outro da mesma espécie, já que esse híbrido compete com a população original. Isso vai diminuindo cada vez a mais a variabilidade genética e a qualidade populacional. Existem desafios para solucionar esse problema da hibridização: há pouco conhecimento sobre o tamanho da população de híbridos e a extensão da área de ocorrência, além de haver necessidade de estudos a respeito do impacto desta população para as duas espécies de peixe-boi no Brasil e sobre a reprodução destes animais.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o peixe-boi amazônico e o peixe-boi-das-Antilhas estão no estado de conservação “vulnerável”! Isso é preocupante, pois são espécies importantes para a manutenção do ecossistema aquático, além de participarem da continuidade dos serviços ecossistêmicos.
AMEAÇAS ANTRÓPICAS
A maior parte das ameaças são decorrentes de atividades humanas! Caça predatória: a caça do peixe-boi reduziu em relação ao passado, contudo contribuiu bastante para o declínio do número de indivíduos.
Alimentação: áreas de capim-agulha vêm reduzindo devido à extração indiscriminada e insustentável do banco de algas e fanerógamas. Além disso, muitos cnidários vivem nesse meio, o que pode reduzir a palatabilidade do alimento dos peixes-boi, que podem até morrer por se alimentarem menos.
Poluição: o lixo nos oceanos interfere também na conservação destas espécies. Uma pesquisa realizada no nordeste do Brasil em 2015 encontrou indivíduos com ingestão de detritos plásticos.
Colisões: o aumento do tráfego das embarcações motorizadas traz também um grande risco para a conservação dos peixes-boi, pois afugenta estes animais, além de resultar em casos de colisões.
Portos: implantação de portos e uso de área costeira afugentam os peixes-boi para outras áreas, assim como diminuem sua área de alimentação.
Molestamento: a interação negativa do ser humano curioso com o animal pode criar vínculos de dependência com o homem, fazendo com que o animal não se comporte naturalmente no ambiente.
Outras ameaças antrópicas: perda e degradação de habitats; captura incidental em redes de pesca; vazamento de petróleo e gás; contaminação por hidrocarbonetos, metais pesados, pesticidas, organoclorados; áreas urbanas; turismo; áreas de recreação; comércio; aquacultura; rotas marinhas; mudanças climáticas.
O QUE FAZER?
Ações de conservação para reversão do quadro de ameaça ao peixe-boi, como: proteção de áreas de ocorrência; proteção de recursos alimentares e do habitat; manejo de área; restauração ambiental; educação ambiental; educação formal; treinamentos de profissionais da área; consciência e comunicação com a comunidade; regulamentação do setor privado; empresas alternativas de subsistência; financiamento para a conservação; turismo de observação/avistagens (pode ser fonte de renda para a comunidade local ao invés da caça); entre outros.
É necessário, também, investimento em mais pesquisas sobre: o tamanho da população, distribuição e migração; biologia e ecologia; ameaças das populações; plano de ação e recuperação das espécies; plano de gerenciamento baseado na área de ocorrência; ameaças da população humana e no habitat.
No Brasil já existem algumas ações de conservação que vêm ocorrendo, tanto para o peixe-boi amazônico, quanto para o peixe-boi marinho, como resgate, reabilitação, soltura, captura de nativos, monitoramento e pesquisas. Contudo, ainda está em construção e crescimento para melhorar o estado de conservação dessas espécies.
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Maria Danise et al. First abundance estimate of the Antillean manatee (Trichechus manatus manatus) in Brazil by aerial survey. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, v. 96, n. 4, p. 955-966, 2016.
ATTADEMO, Fernanda Löffler Niemeyer et al. Debris ingestion by the Antillean Manatee (Trichechus manatus manatus). Marine pollution bulletin, v. 101, n. 1, p. 284-287, 2015.
ATTADEMO, Fernanda Löffler Niemeyer. Os desafios da conservação do peixe-boi marinho no Brasil. In: CONGRESSO ONLINE DE BIOLOGIA MARINHA, 2, 2018.
COSTA, Alexandra Fernandes. Reintrodução e monitoramento de peixe-boi marinho no Nordeste. In: CONGRESSO ONLINE DE BIOLOGIA MARINHA, 2, 2018.
DEUTSCH, C.J., SELF-SULLIVAN, C. & MIGNUCCI-GIANNONI, A. 2008. Trichechus manatus. The IUCN Red List of Threatened Species 2008: e.T22103A9356917. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2008.RLTS.T22103A9356917.en. Downloaded on 24 January 2019.
GOMES BORGES, João Carlos et al. Embarcações motorizadas: uma ameaça aos peixes-boi marinhos (Trichechus manatus) no Brasil. Biota Neotropica, v. 7, n. 3, 2007.
HICKMAN, Cleveland P. et. al. Princípios Integrados de Zoologia. 16ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
KARDONG, Kenneth V. Vertebrados: anatomia comparada, função e evolução. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
MARMONTEL, M., de SOUZA, D. & KENDALL, S. 2016. Trichechus inunguis. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22102A43793736. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-2.RLTS.T22102A43793736.en. Downloaded on 24 January 2019.
FONTE SITE OFICIAL BIÓICOS. Disponível em <https://www.bioicos.com.br/> Acesso dia 30 de março de 2020.
Informações, Notícias e Fotos por: Instituto de Biologia Marinha Bióicos
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Os peixes-boi são mamíferos placentários de grande porte, totalmente aquáticos, com adaptações específicas à vida aquática, como a internalização do pavimento auricular e dos órgãos genitais, o que diminui o atrito com a água. Existem espécies de água doce e espécies marinhas. Não possuem predadores naturais e são bioindicadores da presença de contaminantes ou patógenos. São animais que vivem solitários ou em pequenos grupos, o que pode dificultar o encontro com um parceiro para se reproduzirem. Isso contribui para a redução do número de indivíduos, aumentando o risco de extinção. Além disso, pode não favorecer uma alta variabilidade genética, a qual é importante para os seres vivos por possibilitar a adaptação dos mesmos ao meio.
Peixes-boi vivem em águas calmas e rasas, pois é onde encontram com maior facilidade seus recursos alimentares. Os peixes-boi-marinhos suportam grandes variações de salinidade, mas os filhotes nascem em estuários, portanto, os manguezais são também importantes para a conservação da espécie. Todos as espécies de peixes-boi possuem cuidado parental, sendo a gestação do filhote de um ano, dois anos de amamentação e mais um ano de cuidados extras. Devido a esta atenção ao filhote, uma nova gestação poderá acontecer em cerca de 4 anos. Sendo assim, possuem de uma reprodução muito lenta, com uma taxa reprodutiva muito baixa, o que contribui com a demora para a recuperação das espécies ameaçadas.
Os peixes-boi são animais herbívoros, sendo o capim-agulha, algas e folhas de mangue constantemente presentes na sua dieta. Ingerem alimentos equivalentes a 5-11% do seu peso por dia e permanecem por até oito horas se alimentando diariamente! Apresentam muitas vibrissas no focinho e na região da mandíbula. As vibrissas têm função sensitiva e mecânica, auxiliando os lábios preênseis na manipulação do alimento. Os peixes-boi pertencem à ordem Sirenia, que é dividida em duas famílias: Dugongidae e Trichechidae. O Dugong dugon (dugongo) é o único representante de Dugongidae vivente, pois o Hidrodamalis gigas (vaca-marinha-de-Steller) foi extinto em 1768. Os representantes da família Trichechidae são: Trichechus senegalensis (peixe-boi africano), T. inunguis (peixe-boi amazônico) e T. manatus (peixe-boi marinho). T. manatus apresenta duas subespécies: T. manatus latirostris (peixe-boi-da-Flórida) e T. manatus manatus (peixe-boi-das-Antilhas).
No Brasil, há ocorrência de Trichechus inunguis e T. manatus manatus, sendo o nosso país o único local do mundo onde há duas espécies de peixes-boi, apesar de não serem espécies exclusivas daqui. Uma pesquisa publicada em 2016 estimou que a abundância do peixe-boi-das-Antilhas, T. manatus manatus, no Brasil é em torno de 1104 indivíduos, podendo variar de 485 a 2221 indivíduos. Na foz do rio Amazonas, na região da Ilha de Marajó, há uma área de hibridização por haver ocorrência do peixe-boi marinho no mesmo espaço do peixe-boi amazônico. Isso é uma situação delicada na questão da conservação, pois não permite que haja uma população mais “pura”: a hibridização impede que um indivíduo se reproduza com outro da mesma espécie, já que esse híbrido compete com a população original. Isso vai diminuindo cada vez a mais a variabilidade genética e a qualidade populacional. Existem desafios para solucionar esse problema da hibridização: há pouco conhecimento sobre o tamanho da população de híbridos e a extensão da área de ocorrência, além de haver necessidade de estudos a respeito do impacto desta população para as duas espécies de peixe-boi no Brasil e sobre a reprodução destes animais.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o peixe-boi amazônico e o peixe-boi-das-Antilhas estão no estado de conservação “vulnerável”! Isso é preocupante, pois são espécies importantes para a manutenção do ecossistema aquático, além de participarem da continuidade dos serviços ecossistêmicos.
AMEAÇAS ANTRÓPICAS
A maior parte das ameaças são decorrentes de atividades humanas! Caça predatória: a caça do peixe-boi reduziu em relação ao passado, contudo contribuiu bastante para o declínio do número de indivíduos.
Alimentação: áreas de capim-agulha vêm reduzindo devido à extração indiscriminada e insustentável do banco de algas e fanerógamas. Além disso, muitos cnidários vivem nesse meio, o que pode reduzir a palatabilidade do alimento dos peixes-boi, que podem até morrer por se alimentarem menos.
Poluição: o lixo nos oceanos interfere também na conservação destas espécies. Uma pesquisa realizada no nordeste do Brasil em 2015 encontrou indivíduos com ingestão de detritos plásticos.
Colisões: o aumento do tráfego das embarcações motorizadas traz também um grande risco para a conservação dos peixes-boi, pois afugenta estes animais, além de resultar em casos de colisões.
Portos: implantação de portos e uso de área costeira afugentam os peixes-boi para outras áreas, assim como diminuem sua área de alimentação.
Molestamento: a interação negativa do ser humano curioso com o animal pode criar vínculos de dependência com o homem, fazendo com que o animal não se comporte naturalmente no ambiente.
Outras ameaças antrópicas: perda e degradação de habitats; captura incidental em redes de pesca; vazamento de petróleo e gás; contaminação por hidrocarbonetos, metais pesados, pesticidas, organoclorados; áreas urbanas; turismo; áreas de recreação; comércio; aquacultura; rotas marinhas; mudanças climáticas.
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Ações de conservação para reversão do quadro de ameaça ao peixe-boi, como: proteção de áreas de ocorrência; proteção de recursos alimentares e do habitat; manejo de área; restauração ambiental; educação ambiental; educação formal; treinamentos de profissionais da área; consciência e comunicação com a comunidade; regulamentação do setor privado; empresas alternativas de subsistência; financiamento para a conservação; turismo de observação/avistagens (pode ser fonte de renda para a comunidade local ao invés da caça); entre outros.
É necessário, também, investimento em mais pesquisas sobre: o tamanho da população, distribuição e migração; biologia e ecologia; ameaças das populações; plano de ação e recuperação das espécies; plano de gerenciamento baseado na área de ocorrência; ameaças da população humana e no habitat.
No Brasil já existem algumas ações de conservação que vêm ocorrendo, tanto para o peixe-boi amazônico, quanto para o peixe-boi marinho, como resgate, reabilitação, soltura, captura de nativos, monitoramento e pesquisas. Contudo, ainda está em construção e crescimento para melhorar o estado de conservação dessas espécies.
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Maria Danise et al. First abundance estimate of the Antillean manatee (Trichechus manatus manatus) in Brazil by aerial survey. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, v. 96, n. 4, p. 955-966, 2016.
ATTADEMO, Fernanda Löffler Niemeyer et al. Debris ingestion by the Antillean Manatee (Trichechus manatus manatus). Marine pollution bulletin, v. 101, n. 1, p. 284-287, 2015.
ATTADEMO, Fernanda Löffler Niemeyer. Os desafios da conservação do peixe-boi marinho no Brasil. In: CONGRESSO ONLINE DE BIOLOGIA MARINHA, 2, 2018.
COSTA, Alexandra Fernandes. Reintrodução e monitoramento de peixe-boi marinho no Nordeste. In: CONGRESSO ONLINE DE BIOLOGIA MARINHA, 2, 2018.
DEUTSCH, C.J., SELF-SULLIVAN, C. & MIGNUCCI-GIANNONI, A. 2008. Trichechus manatus. The IUCN Red List of Threatened Species 2008: e.T22103A9356917. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2008.RLTS.T22103A9356917.en. Downloaded on 24 January 2019.
GOMES BORGES, João Carlos et al. Embarcações motorizadas: uma ameaça aos peixes-boi marinhos (Trichechus manatus) no Brasil. Biota Neotropica, v. 7, n. 3, 2007.
HICKMAN, Cleveland P. et. al. Princípios Integrados de Zoologia. 16ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
KARDONG, Kenneth V. Vertebrados: anatomia comparada, função e evolução. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
MARMONTEL, M., de SOUZA, D. & KENDALL, S. 2016. Trichechus inunguis. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22102A43793736. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-2.RLTS.T22102A43793736.en. Downloaded on 24 January 2019.
FONTE SITE OFICIAL BIÓICOS. Disponível em <https://www.bioicos.com.br/> Acesso dia 30 de março de 2020.
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A maior parte das ameaças são decorrentes de atividades humanas! Caça predatória: a caça do peixe-boi reduziu em relação ao passado, contudo contribuiu bastante para o declínio do número de indivíduos.
Alimentação: áreas de capim-agulha vêm reduzindo devido à extração indiscriminada e insustentável do banco de algas e fanerógamas. Além disso, muitos cnidários vivem nesse meio, o que pode reduzir a palatabilidade do alimento dos peixes-boi, que podem até morrer por se alimentarem menos.
Poluição: o lixo nos oceanos interfere também na conservação destas espécies. Uma pesquisa realizada no nordeste do Brasil em 2015 encontrou indivíduos com ingestão de detritos plásticos.
Colisões: o aumento do tráfego das embarcações motorizadas traz também um grande risco para a conservação dos peixes-boi, pois afugenta estes animais, além de resultar em casos de colisões.
Portos: implantação de portos e uso de área costeira afugentam os peixes-boi para outras áreas, assim como diminuem sua área de alimentação.
Molestamento: a interação negativa do ser humano curioso com o animal pode criar vínculos de dependência com o homem, fazendo com que o animal não se comporte naturalmente no ambiente.
Outras ameaças antrópicas: perda e degradação de habitats; captura incidental em redes de pesca; vazamento de petróleo e gás; contaminação por hidrocarbonetos, metais pesados, pesticidas, organoclorados; áreas urbanas; turismo; áreas de recreação; comércio; aquacultura; rotas marinhas; mudanças climáticas.
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Ações de conservação para reversão do quadro de ameaça ao peixe-boi, como: proteção de áreas de ocorrência; proteção de recursos alimentares e do habitat; manejo de área; restauração ambiental; educação ambiental; educação formal; treinamentos de profissionais da área; consciência e comunicação com a comunidade; regulamentação do setor privado; empresas alternativas de subsistência; financiamento para a conservação; turismo de observação/avistagens (pode ser fonte de renda para a comunidade local ao invés da caça); entre outros.
É necessário, também, investimento em mais pesquisas sobre: o tamanho da população, distribuição e migração; biologia e ecologia; ameaças das populações; plano de ação e recuperação das espécies; plano de gerenciamento baseado na área de ocorrência; ameaças da população humana e no habitat.
No Brasil já existem algumas ações de conservação que vêm ocorrendo, tanto para o peixe-boi amazônico, quanto para o peixe-boi marinho, como resgate, reabilitação, soltura, captura de nativos, monitoramento e pesquisas. Contudo, ainda está em construção e crescimento para melhorar o estado de conservação dessas espécies.
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Maria Danise et al. First abundance estimate of the Antillean manatee (Trichechus manatus manatus) in Brazil by aerial survey. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, v. 96, n. 4, p. 955-966, 2016.
ATTADEMO, Fernanda Löffler Niemeyer et al. Debris ingestion by the Antillean Manatee (Trichechus manatus manatus). Marine pollution bulletin, v. 101, n. 1, p. 284-287, 2015.
ATTADEMO, Fernanda Löffler Niemeyer. Os desafios da conservação do peixe-boi marinho no Brasil. In: CONGRESSO ONLINE DE BIOLOGIA MARINHA, 2, 2018.
COSTA, Alexandra Fernandes. Reintrodução e monitoramento de peixe-boi marinho no Nordeste. In: CONGRESSO ONLINE DE BIOLOGIA MARINHA, 2, 2018.
DEUTSCH, C.J., SELF-SULLIVAN, C. & MIGNUCCI-GIANNONI, A. 2008. Trichechus manatus. The IUCN Red List of Threatened Species 2008: e.T22103A9356917. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2008.RLTS.T22103A9356917.en. Downloaded on 24 January 2019.
GOMES BORGES, João Carlos et al. Embarcações motorizadas: uma ameaça aos peixes-boi marinhos (Trichechus manatus) no Brasil. Biota Neotropica, v. 7, n. 3, 2007.
HICKMAN, Cleveland P. et. al. Princípios Integrados de Zoologia. 16ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
KARDONG, Kenneth V. Vertebrados: anatomia comparada, função e evolução. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
MARMONTEL, M., de SOUZA, D. & KENDALL, S. 2016. Trichechus inunguis. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22102A43793736. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-2.RLTS.T22102A43793736.en. Downloaded on 24 January 2019.
FONTE SITE OFICIAL BIÓICOS. Disponível em <https://www.bioicos.com.br/> Acesso dia 30 de março de 2020.
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Ações de conservação para reversão do quadro de ameaça ao peixe-boi, como: proteção de áreas de ocorrência; proteção de recursos alimentares e do habitat; manejo de área; restauração ambiental; educação ambiental; educação formal; treinamentos de profissionais da área; consciência e comunicação com a comunidade; regulamentação do setor privado; empresas alternativas de subsistência; financiamento para a conservação; turismo de observação/avistagens (pode ser fonte de renda para a comunidade local ao invés da caça); entre outros.
É necessário, também, investimento em mais pesquisas sobre: o tamanho da população, distribuição e migração; biologia e ecologia; ameaças das populações; plano de ação e recuperação das espécies; plano de gerenciamento baseado na área de ocorrência; ameaças da população humana e no habitat.
No Brasil já existem algumas ações de conservação que vêm ocorrendo, tanto para o peixe-boi amazônico, quanto para o peixe-boi marinho, como resgate, reabilitação, soltura, captura de nativos, monitoramento e pesquisas. Contudo, ainda está em construção e crescimento para melhorar o estado de conservação dessas espécies.
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Maria Danise et al. First abundance estimate of the Antillean manatee (Trichechus manatus manatus) in Brazil by aerial survey. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, v. 96, n. 4, p. 955-966, 2016.
ATTADEMO, Fernanda Löffler Niemeyer et al. Debris ingestion by the Antillean Manatee (Trichechus manatus manatus). Marine pollution bulletin, v. 101, n. 1, p. 284-287, 2015.
ATTADEMO, Fernanda Löffler Niemeyer. Os desafios da conservação do peixe-boi marinho no Brasil. In: CONGRESSO ONLINE DE BIOLOGIA MARINHA, 2, 2018.
COSTA, Alexandra Fernandes. Reintrodução e monitoramento de peixe-boi marinho no Nordeste. In: CONGRESSO ONLINE DE BIOLOGIA MARINHA, 2, 2018.
DEUTSCH, C.J., SELF-SULLIVAN, C. & MIGNUCCI-GIANNONI, A. 2008. Trichechus manatus. The IUCN Red List of Threatened Species 2008: e.T22103A9356917. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2008.RLTS.T22103A9356917.en. Downloaded on 24 January 2019.
GOMES BORGES, João Carlos et al. Embarcações motorizadas: uma ameaça aos peixes-boi marinhos (Trichechus manatus) no Brasil. Biota Neotropica, v. 7, n. 3, 2007.
HICKMAN, Cleveland P. et. al. Princípios Integrados de Zoologia. 16ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
KARDONG, Kenneth V. Vertebrados: anatomia comparada, função e evolução. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
MARMONTEL, M., de SOUZA, D. & KENDALL, S. 2016. Trichechus inunguis. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22102A43793736. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-2.RLTS.T22102A43793736.en. Downloaded on 24 January 2019.
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ATTADEMO, Fernanda Löffler Niemeyer et al. Debris ingestion by the Antillean Manatee (Trichechus manatus manatus). Marine pollution bulletin, v. 101, n. 1, p. 284-287, 2015.
ATTADEMO, Fernanda Löffler Niemeyer. Os desafios da conservação do peixe-boi marinho no Brasil. In: CONGRESSO ONLINE DE BIOLOGIA MARINHA, 2, 2018.
COSTA, Alexandra Fernandes. Reintrodução e monitoramento de peixe-boi marinho no Nordeste. In: CONGRESSO ONLINE DE BIOLOGIA MARINHA, 2, 2018.
DEUTSCH, C.J., SELF-SULLIVAN, C. & MIGNUCCI-GIANNONI, A. 2008. Trichechus manatus. The IUCN Red List of Threatened Species 2008: e.T22103A9356917. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2008.RLTS.T22103A9356917.en. Downloaded on 24 January 2019.
GOMES BORGES, João Carlos et al. Embarcações motorizadas: uma ameaça aos peixes-boi marinhos (Trichechus manatus) no Brasil. Biota Neotropica, v. 7, n. 3, 2007.
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MARMONTEL, M., de SOUZA, D. & KENDALL, S. 2016. Trichechus inunguis. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22102A43793736. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-2.RLTS.T22102A43793736.en. Downloaded on 24 January 2019.
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