PROJETO DE CONSERVAÇÃO RECIFAL
O Projeto Conservação Recifal (PCR) visa garantir a preservação dos recifes de corais do Nordeste do Brasil, com foco para a APA Costa dos Corais, maior Unidade de Conservação marinha do Brasil localizada nos estados de Pernambuco e Alagoas. O PCR já teve mais de 10 projetos aprovados nos últimos cinco anos e possui no momento apoio financeiro de diversas instituições como Rufford Small Grant (RSG), Mohamed Bin Zayed Species Conservation Fund, Conservation Leadership Programme (CLP) e Idea Wild, Fundação Grupo Boticário.
Alguns dos objetivos do projeto são: 1) Capacitar os membros da comunidade para atuar como agentes de campo e para supervisão da área dos recifes, 2) Fiscalizar e monitorar a área para evitar impactos causados pelo turismo; 3) Divulgar material de educação ambiental para projetos de conservação entre eles “Conduta Consciente em Ecossistemas recifais”, 4) Realização de mergulhos para censo visual analisando peixes e corais para acompanhar possíveis modificações na estrutura da comunidade relacionadas a impactos antrópicos.
RECIFES DE CORAIS
O recife de coral é uma estrutura rochosa constituída por uma série de organismos marinhos portadores de esqueleto calcário. A composição calcária do recife de coral é bastante resistente à ação das ondas e das marés e muito rígida. Porém, muito frágil a mudanças do ecossistema. Estima-se que 27% de todos os recifes de coral do mundo já foram irreversivelmente degradados por causa do aquecimento global e ações predatórias como o crescimento irregular das cidades costeiras e a poluição.
Com ocorrência em locais costeiros de águas claras, rasas e quentes, os corais são importantíssimos para muitas populações que dependem dele para a pesca, turismo e, principalmente por se tratar do ecossistema marinho que possui maior biodiversidade com inúmeros peixes, crustáceos e outros animais marinhos que dependem direta ou indiretamente dele, além de oferecer proteção aos sistemas costeiros como uma barreira natural para as marés.
Os recifes de coral são formações milenares feitas do carbonato de cálcio produzido por pequenos animais de corpo mole, chamados “pólipos” (eles podem ter menos de um cm de diâmetro). Com um corpo tubular, o pólipo constrói uma espécie de carapaça calcária onde se aloja formando, junto a outros bilhões de pólipos as chamadas colônias que irão compor a estrutura calcária do recife. Junto aos pólipos uma minúscula alga chamada “zooxanthelae” termina por dar a característica típica dos corais, as cores, verde, azul, amarelo, lilás e muitas outras.
Uma associação extremamente importante para os recifes-de-coral é a simbiose que ocorre entre as espécies de corais e microalgas conhecidas como zooxantelas. Essas algas vivem no interior dos tecidos dos corais construtores dos recifes, realizando fotossíntese e liberando para os corais compostos orgânicos nutritivos. Por sua vez, as zooxantelas sobrevivem e crescem utilizando os produtos gerados pelo metabolismo do coral, como gás carbônico, compostos nitrogenados e fósforo. As necessidades nutricionais dos corais são em grande parte supridas pelas zooxantelas. Elas estão também envolvidas na secreção de cálcio e formação do esqueleto do coral. Apesar de espécies de corais serem encontradas praticamente em todos os oceanos e latitudes, as espécies construtoras de recifes (corais hermatípicos) estão restritas às regiões tropicais e subtropicais. Os recifes necessitam, geralmente, de águas quentes (25 – 30oC) e claras, longe da influência de água doce. A poluição (esgoto doméstico, vazamento de petróleo etc.) e sedimentação (sedimentos terrígenos levados para o mar devido ao desmatamento e movimentações de terra) põem em risco muitos recifes de corais, incluindo os inúmeros outros organismos que deles dependem (inclusive comunidades humanas que vivem da pesca e coleta de animais marinhos recifais). Um fenômeno aparentemente recente – não ainda totalmente compreendido pelos pesquisadores – que tem ocorrido em todas as regiões recifais do globo de forma maciça é o branqueamento (do inglês ‘bleaching’). Trata-se basicamente da ‘perda’ dos organismos fotossimbiontes (zooxantelas) presentes nos tecidos do coral (zooxantelas ocorrem também em outros cnidários, como anêmonas-do-mar, zooantídeos, medusas , e em outros invertebrados, como ascídias, esponjas, moluscos etc., que também podem branquear). Como a cor da maioria dos hospedeiros advém, em grande parte, da ‘alga’ simbionte, seus tecidos tornam-se pálidos ou brancos. Nos corais, os tecidos ficam praticamente transparentes, revelando o esqueleto branco subjacente.
Estima-se que os recifes de coral cubram cerca de 284 300 km2, com a região do Indo-Pacífico (Mar Vermelho, Oceano Índico, sudeste asiático e Oceano Pacífico) contribuindo com 91,9% do total, e os recifes do Oceano Atlântico e do Mar do Caribe contribuindo com apenas 7,6% do total. O Nordeste do Brasil é a única região do Oceano Atlântico Sul que possui formações recifais, as quais estão distribuídas por todo o litoral do Nordeste.
PROJETOS EM EXECUÇÃO
Recifes profundos da APA Costa dos Corais e o potencial para ”deep refuge hypothesis” : análise da comunidade e peixes, corais e fisiologia dos organismos
Coordenador – Pedro Henrique Cipresso Pereira
Parceiros – Universidade Federal do Rio Grande ( FURG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e APA Costa dos Corais.
O presente projeto tem o objetivo pioneiro de analisar e mapear os recifes profundos da APA Costa dos Corais. Os recifes profundos e mesofóticos são considerados atualmente uma área de “refugio” para a biodiversidade dos recifes rasos já altamente impactados. No entanto, pouco se sabe sobre estes ecossistemas e mais informações são necessárias para incluir estas áreas em projetos e ações de manejo e conservação. O presente projeto vem analisando as comunidades de peixes, corais e a bioquímica dos organismos recifais comparando recifes rasos e profundos e assim discutindo os conceitos da ”deep refuge hypothesis” para os recifes brasileiros.
Invasão do peixe-leão (lionfish) nos recifes brasileiros – Causa de emergência envolvendo pesquisa, comunidade local e operadoras de mergulho
Coordenador – Pedro Henrique Cipresso Pereira
Financiamento – Waitt Foundation e The Ocean Foundation
O peixe-leão (lionfish) é uma espécie nativa do Oceano Pacifico que se tornou a pior espécie invasora nos recifes de corais do Caribe. Esta espécie vem causando um grande desequilíbrio neste ecossistema, pois consome rapidamente invertebrados e larvas de outros peixes. Infelizmente, alguns indivíduos de peixe-leão já foram registrando em águas brasileiras e a invasão parece inevitável. Nesse contexto, medidas de manejo e gestão envolvendo pesquisadores, comunidade local e operadoras de mergulho devem ser iniciadas o quanto antes para evitar maiores problemas sociais, econômicos e ecológicos.
Conservação de peixes papagaio ameaçados de extinção na APA Costa dos Corais através de pesquisa e ações com a comunidade local
Coordenador – Pedro Henrique Cipresso Pereira
Responsáveis – Marcus Vinicius
Financiamento – Mohamed bin Zayed Species Conservation Fund
O presente projeto visa garantir a preservação dos peixes papagaio do gênero Scarus usando pesquisa e ações com a comunidade local. Observações subaquáticas serão realizadas para determinar a distribuição espacial e temporal das espécies durante diferentes fases de vida. Além disso, observações com comportamento alimentar serão realizadas para melhor compreender o papel ecológico da espécie nos recifes de corais do Brasil. A comunidade local e os pecadores também serão peça chave na conservação da espécie. Através da documentação do conhecimento ecológico local (CEL) com pescadores visamos monitorar o status da população no estado e Pernambuco e entender a suposta evidente diminuição da quantidade de indivíduos observada recentemente. Também iremos promover ações de educação ambiental para garantir a preservação dos peixes papagaio do gênero Scarus.
Zoneamento, conservação e pesquisa nos recifes de corais Brasileiros
Coordenador – Pedro Henrique Cipresso Pereira
Financiamento – Rufford Small Grants e Conservation Leadership Programme (CLP)
O presente projeto visa realizar ações ligadas ao zoneamento, conservação e pesquisa nos recifes de corais Brasileiros com ênfase na APA Costa dos Corais (APACC). Os principais objetivos são (1) implementação do zoneamento e fiscalização da área, (2) realização de monitoramento utilizando censo visual nos recifes de corais para acompanhar mudanças na estrutura da comunidade de peixes e corais, (3) capacitação e manutenção de agentes de campo (membros da comunidade local) no ecossistema recifal, (4) disseminar material e ações de educação ambiental na APACC visando aumento da consciência ambiental na comunidade local.
Uso de Drones para monitoramento de ecossistemas recifais no Nordeste do Brasil
Coordenador – Pedro Henrique Cipresso Pereira
Financiamento – The Ocean Foundation
Parceiros – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Grupo de Pesquisa em Antozoarios (GPA) e APA Costa dos Corais.
O presente projeto tem o objetivo pioneiro de utilizar Drones para pesquisa e monitoramento de ecossistemas recifais no Nordeste do Brasil, especificamente do litoral de Pernambuco e APA Costa dos Corais. Drones serão utlizados para analisar inicialmente a distribuição espaço-temporal de corais, especificamente das populações de Palythoa caribaeorum no litoral de Pernambuco, através do uso de nova metodologia não destrutiva, o Drone-Transect. Além disso, o projeto visa realizar uma calibração e descrever, pela primeira vez, uma metodologia de uso de Drones para análise da cobertura de corais.
Uso de câmeras de alta definição (GoPro) para análise da comunidade de peixes
Câmeras GoPro estão sendo usadas para analise da comunidade de peixes associados ao coral de fogo Millepora spp. em Tamandaré. O comportamento das espécies associadas e os processos de competição também estão sendo analisados através do uso de câmeras GoPro durante este projeto.
Além disso, com as novas câmeras doadas por um de nosso parceiros Idea Wild – http://www.ideawild.org/ estamos iniciando um estudo para analisar no uso da ictiofauna no estuário do Rio Formoso (litoral Norte de Tamandaré). As câmeras serão colocadas periodicamente em diferentes áreas do estuário (na foz e próximo ao mangue) para correlacionar o uso de espécies estuarinas e recifais em diferentes locais.
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