PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CAPIVARA (PI)
O Parque Nacional (Parna) da Serra da Capivara foi criado através do Decreto de nº 83.548 de 5 de junho de 1979, com área de 100 000 hectares. A proteção ao Parque foi ampliada pelo Decreto de nº 99.143 de 12 de março de 1990 com a criação de Áreas de Preservação Permanentes adjacentes com total de 35 000 hectares. Localizado no semi-árido nordestino, fronteira entre duas formações geológicas, com serras, vales e planície, o parque abriga fauna e flora específicas da Caatinga.
Pelo seu valor histórico e cultural, o Parque Nacional da Serra da Capivara foi declarado pela Organização das Nações Unidas pela Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 1991, Patrimônio Cultural da Humanidade. A Portaria MMA nº 76, de 11 de março de 2005, criou um Mosaico de Unidades de Conservação abrangendo os Parques Nacionais Serra da Capivara e Serra das Confusões e o Corredor Ecológico conectando os dois parques. A área total do Corredor Ecológico é de 414 mil hectares, abrangendo os municípios de São Raimundo Nonato, Canto do Buriti, Tamboril do Piauí, Brejo do Piauí, São Braz, Anísio de Abreu, Jurema, Caracol e Guaribas.
QUANDO IR
Em qualquer época do ano é possível visitar o Parque Nacional da Serra da Capivara. As paisagens da estação chuvosa (localmente denominada de “inverno”) e seca (localmente denominada “verão”) proporcionam experiências distintas das cores do ambiente e das adaptações da fauna e flora à vida na Caatinga. De janeiro a julho o clima é mais ameno e a vegetação apresenta folhas e flores, proporcionando um ambiente mais sombreado para caminhadas. Imediatamente após as chuvas, é possível observar quedas de água temporárias ao longo das escarpas da serra. Nos meses de maio e junho a vegetação adquire colorações vermelhas, amarelas e marrons, anunciado a perda das folhas. De agosto a novembro a maior parte da vegetação está sem as folhas, e é a época mais quente do ano.
COMO CHEGAR
A Sede da administração do Parque fica na cidade de São Raimundo Nonato/PI, que dista 26 km do acesso à Guarita do Boqueirão da Pedra Furada e 19 km do acesso à Guarita da Serra da Vermelha, ambas no limite do Parque Nacional.
Acesso:
Via terrestre: Saindo de Teresina pela rodovia BR-316, aproximadamente 90 km toma-se a BR-343 até a cidade de Floriano. Desta, toma-se a rodovia PI-140 até São Raimundo Nonato. São 530 km de asfalto. As estradas estão em boas condições.
Para quem vem por Brasília-DF, o acesso é feito pela BR-020 até a cidade Luis Eduardo Magalhães-BA. Deste ponto segue para Barreira (BR-242) e toma-se a rodovia BR-135, passando por Riachão das Neves-BA, Corrente-PI, Bom Jesus-PI e Eliseu Martins, de onde toma-se a rodovia-PI-248 (BR-324) sentido Canto do Buriti/PI. Nesta cidade, toma-se a rodovia PI-140 sentido São Raimundo Nonato/PI.
Para quem vem por Petrolina/PE, de São Raimundo Nonato, existem duas opções: a primeira via Remanso/BA, distância aproximada de 300 km, porém o trecho Remanso/BA – divisa BA/PI encontra-se em péssimas condições e não recomendável para veículo de passeio. A segunda opção é seguir pela rodovia BR-407, passando por Afrânio/PE, e após chegar no Posto Fiscal de Pipocas no Piauí tomar a estrada para Queimada Nova, até chegar em São João do Piaui/PI. Neste ponto, segue pela rodovia BR-020 sentido São Raimundo Nonato/PI, podendo acessar-se o Parque Nacional também por Coronel José Dias/PI.
Via Aérea: O aeroporto de São Raimundo Nonato está em construção. A pista de pouso já finalizada recebe pequenas aeronaves, particulares ou fretadas.
Recomenda-se tomar voo até Petrolina-PE ou Teresina/PI, sendo esta última com mais opções de transporte rodoviário para São Raimundo Nonato/PI ou Coronel José Dias/PI.
Via ônibus intermunicipal: As empresas Transpiaui e Princesa do Sul fazem o transporte de passageiro de Teresina/São Raimundo Nonato. De Petrolina para São Raimundo Nonato é realizado pela empresa Gontijo.
No momento, não existe transporte coletivo de São Raimundo Nonato ou Coronel José Dias até a entrada do Parque.
INGRESSOS
Atualmente, de acordo com a Portaria nº 196/2018, não há cobrança de ingresso de acesso ao parque.
A guiagem (obrigatória) é paga à parte para os condutores locais cadastrados junto ao Parque Nacional da Serra da Capivara. Acesse aqui a relação de condutores credenciados.
Maiores informações pelo telefone (89) 3582-2085.
E-mail para esclarecimentos: parnaserradacapivara@icmbio.gov.br
Para quem deseja conhecer o Museu do Homem Americano, os contatos da Fundação Museu do Homem Americano – FUMDHAM são: (89) 3582-1612 e fundham@fumdham.org.br.
ATRATIVOS
O Principal atrativo do PN Serra da Capivara são as paisagens e os sítios arqueológicos com pinturas rupestres e grafismos gravados sobre os paredões areníticos. No Parque encontra-se a maior concentração de sítios arqueológicos atualmente conhecida nas Américas, com mais de mil sítios cadastrados. Nos abrigos, além das manifestações gráficas, encontram-se vários vestígios da presença do homem pré-histórico, com datações mais antigas conhecidas no continente americano . A região abriga 173 sítios arqueológicos abertos à visitação.
Além dos sítios arqueológicos com pinturas rupestres, o Parque resguarda também sítios históricos, onde se pode observar casas de antigos maniçobeiros que habitaram o lugar e que viviam da coleta da maniçoba até meados do século XX. Os sítios históricos concentram-se na região da Serra Branca, onde pode ser visitada a Trilha dos Maniçobeiros.
Para quem gosta da natureza, o Parque protege uma parte da vegetação da caatinga onde se pode observar suas diversas variações, desde a caatinga baixa e densa até a caatinga alta. No período das chuvas pode-se apreciar a floração das plantas da Caatinga. Nos boqueirões, locais onde há concentração de maior umidade, as árvores são mais altas e perenifólias, predominando algumas espécies típicas, como a gameleira. Jardins rupestres, formados por cactáceas e bromeliáceas são comuns sobre as formações rochosas.
A fauna também é variada, com presença de tatus verdadeiros, tatus bola, tamanduás, jaguaratiricas, jacus, cotias, veados-catingueiros, porcos-do mato, macacos-prego e até onças. além de variada avifauna, lagartos e serpentes. Alguns desses animais são facilmente visualizados.
A paisagem geológica do Parque também merece destaque, com presença de formações areníticas, cânions ruiniformes, e boqueirões, formando lindas vistas panorâmicas. Por sua importância e singularidade geomorfológica, a região está sendo cotada para receber o título de Geoparque.
A visita completa aos circuitos abertos pode ser feita em seis dias, incluindo-se o Sítio do Boqueirão da Pedra Furada, onde foram feitas as primeiras escavações e as datações que atestam a presença do homem pré-histórico no continente americano desde 48.000 anos. O percurso inclui a formação geológica da Pedra Furada, símbolo do local; o Sítio do Meio; o Baixão da Pedra Furada (BPF), onde se adentra ao cânion formado por formações areníticas e o mirante da Pedra Furada. Para os mais corajosos, vale a pena subir a escadaria até o Alto da pedra furada, de lá, descortina-se uma linda vista panorâmica.
Os outros circuitos turísticos são integrados pelo Desfiladeiro da Capivara, Circuito do Veredão, Circuito da Chapada, Circuito da Jurubeba, Baixão do Perna, Andorinhas e Circuito da Serra Branca. Todos os circuitos estão repletos de sítios arqueológicos estruturados com escadas, passarelas, alguns dos quais com acesso para pessoas com necessidades especiais (O parque conta atualmente, com 17 sítios acessíveis a cadeirantes).
A presença do condutor é obrigatória para todos os programas.
O QUE FAZER
1) Visita aos sítios arqueológicos e históricos: No parque, acompanhados pelos condutores, os visitantes podem fazer diversos circuitos, compostos de vários sítios com acesso rápido e fácil e estacionamento próximo, principalmente os acessíveis a cadeirantes.
2) Caminhada: Existem vários treckings, em diversas categorias, desde os mais leves, de 20 minutos, aos mais pesados, de 4 a 6 horas de caminhada e diversos níveis de dificuldade. Recomendamos a visita ao Caldeirão dos Rodrigues, com belas pinturas, caminhada de 4 horas (ida e volta) nível médio de dificuldade, assim como a Trilha Interpretativa Hombu, Trilha dos Maniçobeiros e Veadinhos azuis.
3) Mirantes: O Parque possui diversos pontos que propiciam belas vistas da paisagem, como o Alto da Pedra Furada, Vista Panorâmica da Pedra Furada, Serrinha, Olho-d´-agua da Serra Branca, Toca do Conflito, Mirante da BR-020, entre outros.
4) Cicloturismo: Para quem gosta de pedalar, existem alguns condutores especialistas no esporte, com passeios leves ou pesados, de acordo com o gosto e condição física de cada um. É necessário levar a bicicleta. O parque ainda não dispõe do serviço de aluguel/bicicletário.
5) Baixão das Andorinhas: Para um final de passeio e final de tarde, é possível observar os Andorinhões descendo aos abrigos nos cânions (boqueirões). Se tiver sorte, poderá observar também o planar dos urubus-rei, que gostam de frequentar o cânion. Além das aves, a paisagem do cânion ruiniforme é espetacular, principalmente no variante das Andorinhas.
6) Observação de Pássaros: Para quem gosta de passarinhar, andar pelas trilhas e estradas de terra do parque pode proporcionar belas e coloridas surpresas.
7) Museu do Homem Americano: Mostra as evidências da ocupação humana na região. Possui acervo composto por peças líticas, esqueletos, peças cerâmicas e outros artefatos das escavações arqueológicas na região da Serra da Capivara, além de um painel com exposição das pinturas rupestres dos sítios arqueológicos da região, em slides contínuos, com um belo fundo musical.
8) Cerâmica: No entorno da unidade é possível conhecer a produção de cerâmica com motivos de pinturas rupestres e o trabalho dos artesãos.
9) Iluminação Noturna: No Boqueirão da Pedra Furada o visitante pode experimentar a sensação de observar os paredões iluminados à noite. Deve-se agendar com antecedência no Centro de Visitantes.
10) O Parque possui também um Centro de Visitantes, com banheiros, lanchonete, auditório e lojinha, além de salão de exposição. No auditório o visitante pode assistir a um breve documentário sobre o parque, se desejar.
ORIENTAÇÕES
– Devido ao calor local é imprescindível que o visitante sempre leve uma garrafa com água potável.
– Recomendamos também o uso de roupas leves e folgadas, que facilitem a transpiração e movimentos, assim como o uso de protetor solar, chapéu e tênis.
– O parque dispõe de várias áreas de piquenique, com mesas e banco. Leve lanches leves, como sanduíches e frutas.
– Siga as orientações dos condutores.
– Siga as regras de todos os parques: não dê comida aos animais; não toque nas pinturas; mantenha-se nas trilhas e passarelas; não colete flores, plantas, pedras ou outro qualquer material natural do parque; leve sacolinha para colocar seu lixo ou o deposite nos locais disponíveis para tal; não faça muito barulho; não pratique depredações, como rabiscar sobre rochas e cascas de árvores.
– Divirta-se, aprenda, conheça, tire fotografias, leve boas recordações, deixe apenas pegadas.
Acesse o Guia de Conduta Consciente em Ambientes Naturais
ONDE FICAR
– O Parque não dispõe de áreas para pernoite, alojamento ou camping para visitantes.
– Em São Raimundo Nonato existem diversas opções de hospedagem, em hotéis ou pousadas.
– Em Coronel José Dias existem opções de pousadas, além de um Camping no povoado “Sítio do Mocó”.
MAPA
Informações e Fotos por: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
SAIBA MAIS
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Programa Amigos da Onça: Grandes predadores e sociobiodiversidade na Caatinga
Nossa missão é promover a conservação dos mamíferos carnívoros neotropicais e de seus habitats. O Instituto para a Conservação dos Carnívoros Neotropicais – Pró-Carnívoros é uma associação civil, de direito privado, não governamental e sem fins lucrativos.
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