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CRAVO

O cravo é um instrumento de teclado que possui formato semelhante ao do piano de cauda antigo, porém pode ser composto por um ou dois teclados.

Como funciona?
O som do cravo é produzido através de martinetes (ou saltadores) que pinçam ou beliscam suas cordas.

Um pouco de história…

A referência mais antiga sobre sua criação é datada do século 14, na Itália, quando inicialmente foi chamado de clavicembalum. É considerado o mais importante e versátil instrumento de teclado desde finais do século 16 até o início do século 19, depois do órgão. Foi amplamente utilizado na Europa tanto para o desempenho de música para teclado solo, como também para música de câmara, orquestral e ópera. Além da Itália, outros centros de construção do instrumento floresceram, como a região de Flandres, Alemanha, Portugal, Inglaterra e França. O cravo caiu em desuso no início do século 19 e seu renascimento moderno se deu no início do século 20, a partir da construção de instrumentos industriais por uma renomada firma de pianos.

No Brasil, o cravo já estava presente no meio musical carioca desde pelo menos o ano de 1721, data do mais antigo registro de importação deste instrumento na cidade. O documento cita “cravos grandes de tocar… 19$000 réis”. Até 1830 o Jornal do Commercio ainda anunciava a venda de cravos por moradores do Rio de Janeiro.

Certamente o cravo foi muito utilizado no meio musical carioca tanto por instrumentistas profissionais, quanto amadores. O viajante inglês Sir George Stauton, em seu passeio pelo Rio de Janeiro, em 1792, constatou que em algumas casas as mulheres “distraiam-se, às noites, tocando em algum tipo de instrumento musical, especialmente o cravo ou viola”.

Durante o século 19 os cravos eram anunciados para venda nos jornais cariocas. Em 1819, a Gazeta do Rio de Janeiro publicava: “Vende-se hum cravo de penas de Mathias Bosthem, na rua da Alfândega n. 14, casa de leilão”. Tal instrumento era de um dos mais importantes construtores portugueses da época e indica que estes instrumentos eram basicamente importados de Portugal, que possuía certa tradição e características próprias na manufatura destes instrumentos de tecla.

Além dos cravos grandes, as espinetas (instrumento de mesmo mecanismo que o cravo, porém de dimensão menor e formato diferente) foram também importadas no Rio de Janeiro. Um decreto régio de 1829, fixava os preços de “cravos grandes para tocar… 80$000 réis” e de “cravos pequenos ou espinetas… 30$000 réis”.

O único exemplar sobrevivente de uma espineta portuguesa do construtor Mathias Bosthem, datada de 1785, encontra-se atualmente no Museu Imperial de Petrópolis. O instrumento pertencia a José da Cunha Porto e foi doado à Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 1902, que mais tarde o transferiu para o local onde está nos dias de hoje.

Quanto aos cravos, o único histórico sobrevivente é um instrumento também português de Jozé Cambiazo, de 1769, de propriedade privada localizada no Rio de Janeiro. Na verdade, o instrumento foi transformado em piano e provavelmente pertencia ao português Paulo Perestrelo da Câmara, que saiu de Lisboa em 1841 para se estabelecer no Rio de Janeiro.

Cópias de cravos históricos passaram a ser feitas no Rio de Janeiro no século 20 por Roberto de Regina a partir do final da década de 1960, que além de construir os instrumentos era ainda cravista e professor.

O cravo continua presente no cenário musical contemporâneo carioca e brasileiro. Espetáculos teatrais, montagens de óperas e concertos de música erudita e de música brasileira são alguns exemplos da versatilidade do uso deste instrumento.

Está curioso(a) para saber como se toca o instrumento? Assista ao vídeo de Rosana Lanzellote tocando um trecho de um lundu, de Spix e Martius.

 

 

 

 

 

 

 

 

FONTE SITE OFICIAL MUSICA BRASILIS. Disponível em <https://musicabrasilis.org.br/; Acesso em 17 de julho de 2020.
Informações e Fotos por: Música Brasilis

 

 

 

 

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